A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da série
"Dedique uma canção a quem você ama"
“Eu insisto em cantar diferente do que ouvi”.
Essa frase é do Oswaldo Montenegro, mas poderia ser da minha mãe, ou ao menos inspirada nela.
Ela adora cantar. Quando o karaokê foi instalado em casa, eu ligava e a ‘véia’ estava rouca de tanto espantar os males. O melhor de tudo é que ela erra mesmo lendo!
Um dia ela estava lavando a louça e cantando uma música do Felipe Dylon (a qual eu me recuso a comentar). A letra originalmente dizia: “O menina deixa disso quero te conhecer, vê se me dá uma chance, to a fim de você”. Então, minha irmã me chama para ouvir a letra que a mãe inventou e cantava a plenos pulmões: “O menina do subúrbio quero te convencer...”.
Num stand up, Danilo Gentili contou que a mãe dele também é assim. Um dia chegou em casa e ela estava cantando uma versão não aprovada pelo clero para a música do padre Marcelo. “Erguei as mãos e dá o fora Deus...”, cantava a mãe dele.
Uma amiga conta a história da vizinha que tinha o português invejável e um gosto musical peculiar, a qual cantava, ‘A lenda dessa paixão’, de Sandy e Junior. Ela dizia: “Se alembra dessa paixão?”.
******
Quando vi o tema da postagem coletiva não pude deixar de contar essa história. Pena que fui enviar às 23h47, mas a postagem já estava encerrada... Enfim, fica o relato!
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Se eu soubesse...
Outro dia me acidentei de carro. Não me machuquei, nem minha irmã. Pela inconsequência de um idiota que ultrapassava numa curva, passei um susto enorme quando o bolo do meu aniversário, que tinha sido na véspera, ainda estava na geladeira. Deus deve ter achado esquisito nos matar assim, depois do parabéns.
Eram 11h da manhã. Uma manhã bonita, ensolarada, tranquila. Pista simples, sem acostamento... Quando lembro, imagino uma criança brincando de carrinho, desviando um do outro por milímetros. Lembro de passar retrovisor com retrovisor, depois de quase entrar embaixo do caminhão, descer o barranco e não acreditar que havia conseguido.
Tremi e chorei descontroladamente ao ver que minha irmã estava inteira e que nada de grave havia acontecido. O carro que provocou o acidente não parou. Seguiu fazendo cagada com medo de ter a placa anotada.
Depois do acidente vêm a série de pensamentos que começam com “E se...? ”
E se eu tivesse morrido? Eu morreria insatisfeita por não ter dito a um amigo que o que eu sinto é muito mais que amizade. Morreria com a sensação de que não fiz tudo no trabalho, com a minha família, com meus amigos.
E se minha irmã tivesse morrido? Nem consigo imaginar. Apesar de não ter sido minha a falta, me sentiria culpada para sempre.
E se nós duas tivéssemos morrido? Meus pais continuariam vivendo?
E se em vez de cair naquele lugar eu tivesse caído dois metros à frente, onde o barranco virava um buraco? O carro teria capotado? O cinto teria adiantado?
E se houvesse uma árvore na minha frente?
E se eu não tivesse conseguido desviar?
E se mais um carro estivesse atrás de mim?
Tantos “e se...” que só posso mesmo é comemorar porque nenhum deles aconteceu. Todas essas possibilidades me fazem perceber que a vida é uma só, que seriam muitas as dimensões necessárias para que seguíssemos todas as conseqüências de um ato.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, ligaria para dizer o que sinto, perdoaria meus próprios erros.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, sairia com os amigos, comeria sem remorso as coisas que mais gosto.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, deixaria o trabalho sem fazer, a louça por lavar.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, chamaria alguém para dançar.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, usaria minha roupa mais bonita.
Pensei em tudo o que gostaria de fazer se eu soubesse que ia morrer hoje. Mas a gente sempre acha que ainda há tempo e adiamos encontros, decisões, confissões.
Tenho medo de não conseguir cumprir minhas metas antes de morrer. O que mais me assusta é que todos lamentariam, mas a vida segue. A vida segue e não seguiria, pois essa é a regra. Todos voltariam ao trabalho e talvez até rezassem por mim.
Mas a coragem de fazer o que eu faria se soubesse que ia morrer passou tão rápido.
Por isso estou em casa ouvindo a chuva. Por isso, não chamei ninguém para dançar. Por isso dispenso a sobremesa. Por isso lavarei a louça. Por isso adiarei um pouco mais tudo aquilo que eu não deveria deixar de fazer hoje.
Mas, confesso, adio com a consciência pesada, afinal, já disse o poeta, é preciso amar como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há...
Eram 11h da manhã. Uma manhã bonita, ensolarada, tranquila. Pista simples, sem acostamento... Quando lembro, imagino uma criança brincando de carrinho, desviando um do outro por milímetros. Lembro de passar retrovisor com retrovisor, depois de quase entrar embaixo do caminhão, descer o barranco e não acreditar que havia conseguido.
Tremi e chorei descontroladamente ao ver que minha irmã estava inteira e que nada de grave havia acontecido. O carro que provocou o acidente não parou. Seguiu fazendo cagada com medo de ter a placa anotada.
Depois do acidente vêm a série de pensamentos que começam com “E se...? ”
E se eu tivesse morrido? Eu morreria insatisfeita por não ter dito a um amigo que o que eu sinto é muito mais que amizade. Morreria com a sensação de que não fiz tudo no trabalho, com a minha família, com meus amigos.
E se minha irmã tivesse morrido? Nem consigo imaginar. Apesar de não ter sido minha a falta, me sentiria culpada para sempre.
E se nós duas tivéssemos morrido? Meus pais continuariam vivendo?
E se em vez de cair naquele lugar eu tivesse caído dois metros à frente, onde o barranco virava um buraco? O carro teria capotado? O cinto teria adiantado?
E se houvesse uma árvore na minha frente?
E se eu não tivesse conseguido desviar?
E se mais um carro estivesse atrás de mim?
Tantos “e se...” que só posso mesmo é comemorar porque nenhum deles aconteceu. Todas essas possibilidades me fazem perceber que a vida é uma só, que seriam muitas as dimensões necessárias para que seguíssemos todas as conseqüências de um ato.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, ligaria para dizer o que sinto, perdoaria meus próprios erros.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, sairia com os amigos, comeria sem remorso as coisas que mais gosto.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, deixaria o trabalho sem fazer, a louça por lavar.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, chamaria alguém para dançar.
Se eu soubesse que ia morrer hoje, usaria minha roupa mais bonita.
Pensei em tudo o que gostaria de fazer se eu soubesse que ia morrer hoje. Mas a gente sempre acha que ainda há tempo e adiamos encontros, decisões, confissões.
Tenho medo de não conseguir cumprir minhas metas antes de morrer. O que mais me assusta é que todos lamentariam, mas a vida segue. A vida segue e não seguiria, pois essa é a regra. Todos voltariam ao trabalho e talvez até rezassem por mim.
Mas a coragem de fazer o que eu faria se soubesse que ia morrer passou tão rápido.
Por isso estou em casa ouvindo a chuva. Por isso, não chamei ninguém para dançar. Por isso dispenso a sobremesa. Por isso lavarei a louça. Por isso adiarei um pouco mais tudo aquilo que eu não deveria deixar de fazer hoje.
Mas, confesso, adio com a consciência pesada, afinal, já disse o poeta, é preciso amar como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há...
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
À merda
No msn...
Você que tem um coração sensível vai me ouvir... Mandei à merda um cara que só me fazia mal... Hehe... Precisava compartilhar isso com alguém!
Coitada da merda, então!
A merda finalmente encontrou um verme! rs
Nossa, essa foi venenosa!
Kkkk
Fez bem
E num faça mais merda com a merda.
Estou umas vinte toneladas mais leve agora
Talvez ela num mereça a merda extra que mandou a ela...
Ahhh.... Homens! Sempre defendendo uns aos outros!rs
Não! Eu estava defendendo a merda merda mesmo... kkkkk
Você que tem um coração sensível vai me ouvir... Mandei à merda um cara que só me fazia mal... Hehe... Precisava compartilhar isso com alguém!
Coitada da merda, então!
A merda finalmente encontrou um verme! rs
Nossa, essa foi venenosa!
Kkkk
Fez bem
E num faça mais merda com a merda.
Estou umas vinte toneladas mais leve agora
Talvez ela num mereça a merda extra que mandou a ela...
Ahhh.... Homens! Sempre defendendo uns aos outros!rs
Não! Eu estava defendendo a merda merda mesmo... kkkkk
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
E se um olhar lhe bastasse?
Na embriaguez de andarmos juntos, no toque casual que seca a boca de admiração...Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença... (Clarice Lispector)
Além de roubar Clarice, desta vez assaltei Manoel Bandeira e Fernando Pessoa. Faço minhas as palavras deles, apesar da arrogância que isso possa aparentar. Mas é como diz o velho ditado, a quem mais amamos, menos sabemos falar, então, roubo palavras alheias, rimas de amor feitas para outrem. Mas, afinal,só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor são ridículas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Mas é o teu espírito sutil
(Manoel Bandeira)
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ele,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ele adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que o estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..
(Fernando Pessoa)
Além de roubar Clarice, desta vez assaltei Manoel Bandeira e Fernando Pessoa. Faço minhas as palavras deles, apesar da arrogância que isso possa aparentar. Mas é como diz o velho ditado, a quem mais amamos, menos sabemos falar, então, roubo palavras alheias, rimas de amor feitas para outrem. Mas, afinal,só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor são ridículas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Mas é o teu espírito sutil
(Manoel Bandeira)
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ele,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ele adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que o estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..
(Fernando Pessoa)
domingo, 12 de setembro de 2010
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