Eu moro em Irati,
no interior do Paraná. Minha cidade tem 60 mil habitantes. Dentre eles, muitas
pessoas que eu amo, grandes amigos, outros apenas conhecidos, alguns desafetos
e outros com os quais meus caminhos nunca se cruzaram.
Hoje,
oficialmente, somaram-se 60 mil pessoas no Brasil que perderam a vida para uma
doença invisível e de nome esquisito, que muitos duvidam existir.
É como se todos os
moradores da cidade, do campo e dos mais distantes lugarejos que integram Irati
tivessem sumido do mapa, sem ninguém restante para contar nossas histórias.
Tem gente dizendo
que é pouco em um contexto de 210 milhões de brasileiros. Mas, para mim, um, o
número 1, quando representa uma vida, é muito. Mais do que muito, pode também
ser tudo na vida de um outro alguém: uma mãe, um pai, um filho, um companheiro...
Enfim, cada ser, em sua singularidade e pequenez, é o infinito na vida de
alguém.
É na infinitude
dos sentimentos abstratos e intocáveis que a vida se engrandece. É também na
infinitude do sentimento de saudade que a dor é maior.
Eu lamento, me
comovo e choro pelas 60 mil vidas.
Eu lamento, me
comovo e choro pelos 60 mil infinitos que se findaram.
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