quarta-feira, 1 de julho de 2020

Infinitos


Eu moro em Irati, no interior do Paraná. Minha cidade tem 60 mil habitantes. Dentre eles, muitas pessoas que eu amo, grandes amigos, outros apenas conhecidos, alguns desafetos e outros com os quais meus caminhos nunca se cruzaram.

Hoje, oficialmente, somaram-se 60 mil pessoas no Brasil que perderam a vida para uma doença invisível e de nome esquisito, que muitos duvidam existir.

É como se todos os moradores da cidade, do campo e dos mais distantes lugarejos que integram Irati tivessem sumido do mapa, sem ninguém restante para contar nossas histórias.

Tem gente dizendo que é pouco em um contexto de 210 milhões de brasileiros. Mas, para mim, um, o número 1, quando representa uma vida, é muito. Mais do que muito, pode também ser tudo na vida de um outro alguém: uma mãe, um pai, um filho, um companheiro... 

Enfim, cada ser, em sua singularidade e pequenez, é o infinito na vida de alguém.

É na infinitude dos sentimentos abstratos e intocáveis que a vida se engrandece. É também na infinitude do sentimento de saudade que a dor é maior.

Eu lamento, me comovo e choro pelas 60 mil vidas.

Eu lamento, me comovo e choro pelos 60 mil infinitos que se findaram.   

0 fizeram a Carol feliz...:

Postar um comentário

Fala que eu te escuto!