sexta-feira, 1 de julho de 2016

Estamos amando demais e sentindo de menos

Estamos amando demais e sentindo de menos. Uma frase repetida incomoda, mas milhares de emoticons tornam o dia mais feliz.

Depois que o facebook incluiu a opção de amar as postagens, passamos a amar infinitamente, sem limites, sem preconceitos, sem pensar. Amamos a foto da melhor amiga, amamos os amores alheios, amamos a citação que nem sabemos se é realmente de Exupéry, de Clarice Lispector ou de Fernando Pessoa. Amamos tudo aquilo que nos parece bonito. 

Não nos contentamos com o like, quisemos mais e eles nos deram. Podemos amar, sentir raiva, chorar, rir e nos surpreender com um wow aportuguesado que só este mundo digital pode nos proporcionar.

Em um mundo de relações tão passageiras, o amor está em todo lugar e em lugar nenhum. 

Se eu amo uma postagem qualquer, o que eu sinto pelas pessoas que estão próximas de mim? Eu amo uma frase e daqui a meia hora não lembro mais daquilo que fez meu coração bater mais forte. Este mundo de efemeridades nos torna superficiais, sensíveis demais e cada vez menos profundos.


É fácil amar o mendigo no vídeo com milhares de visualizações no you tube, difícil mesmo é oferecer-lhe coraçõezinhos cor-de-rosa quando ele passa malcheiroso por nós no caminho da boutique.