Conta-se por aí, a peripécia de um prefeito que
precisou viajar para uma importante reunião em Curitiba. O homem se
produziu para o encontro, afinal, prefeito de primeira viagem, conversaria pela
primeira vez em uma reunião privada com o governador. Era sua oportunidade de
mostrar tudo aquilo que sabia e que sua cidade precisava.
Terno bem passado, camisa nova e gravata compunham
seu figurino, cuidadosamente pensado para a ocasião. Combinou com o motorista
que almoçariam no caminho, evitando atrasos.
Conforme já estabelecido, pararam para almoçar na
cidade de Palmeira. Desceram e foram direto ao buffet para se servir. Seguindo o conselho da esposa, não colocou
no prato nenhuma comida com molho, para evitar respingar em sua roupa, como
costumeiramente acontecia em casa. Conhecendo bem o marido que tinha, a esposa
cuidadosa fez que ele levasse consigo uma camisa extra, caso o molho do
macarrão ou o caldo do feijão manchassem a que vestia.
O prefeito terminou sua refeição antes do motorista
e foi buscar uma sobremesa que lhe pareceu muito apetitosa, quando serviu-se do
almoço no buffet. Foi então que o
motorista o olhou e percebeu o que havia acontecido. Logo que o chefe retornou
à mesa, discretamente ele lhe disse:
“Prefeito, o senhor está com os sapatos trocados.
Um pé de um e um pé de outro”.
Um sapato era marrom, o outro preto. O prefeito
olhou para os pés e colocou as mãos na cabeça:
“E agora, como vamos fazer?”
“Já estamos longe, acho que não adianta voltar”,
disse o motorista, calmamente.
E o prefeito respondeu bravo, achando a ideia de
voltar muito absurda:
“Mas é claro que não adianta voltar! Pois lá também
ficou um pé de um e um pé de outro!”.
Como dizia minha mãe quando lia para mim
historinhas infantis,
“essa
história entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem souber, que conte outra”.