Nos municípios paranaenses de Imbituva, Irati, Rebouças, Rio
Azul e Mallet, entre outros, o asfalto da BR-153 deu lugar a buracos que
facilmente ‘engolem’ pneus dos carros que passam por ali. A falta de manutenção
transformou o que poderia ser o preenchimento de pequenas imperfeições em
necessidade de recape total, investimento multiplicado.
Diariamente, estudantes desses municípios passam pela
rodovia em carros, vans e ônibus lotados para chegarem à universidade. Em busca
de um futuro melhor, eles correm o risco de transformarem-se em números de
novas tragédias, como a que recentemente matou quinze pessoas que trafegavam pela
BR-277 que ainda não foi duplicada, embora pedagiada há anos.
Nos últimos seis meses, entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, na
mesma BR-277, oitenta e duas pessoas morreram em acidentes. Foram registrados
até junho desse ano, 1.009 acidentes. Percentualmente, o número de mortes é
pequeno com relação aos milhares de usuários que trafegaram pela rodovia. Apenas
percentualmente.
O problema está nos números. Enquanto quem tem autonomia
para resolver essas situações pensar apenas em números, nada será feito. É
necessário pensar no ser humano, aquele que é único e insubstituível.
Dezenas de pessoas podem saber fazer o trabalho de um homem,
porém, só ele o fará daquela forma, com as particularidades que adotou. Há
bilhões de homens no planeta, entretanto, para a família da vítima há apenas um
pai, um irmão, um filho. Para a mãe que perdeu o filho em um acidente, embora
ela tenha e possa ainda ter muitos outros, aquele era único. Para a criança que
perdeu o pai, nenhum homem se igualará àquele que se foi. Para a mulher que
ficou sem o esposo, outras paixões poderão vir, porém, nenhuma será como
aquela.

Nem todos somos estudantes que viajam diariamente em busca
do conhecimento. Contudo, somos usuários de rodovias. Dependemos delas para
fazer passeios, para recorrer a médicos em outras cidades, para visitar pessoas
queridas.
Quando políticos e autoridades perceberem essa realidade,
quando pararem de contar votos e passarem a enxergar pessoas, aí sim os
problemas serão sanados. Enquanto isso, seguimos nossos caminhos como possíveis
estatísticas, futuras tragédias.
1 fizeram a Carol feliz...:
Muito bom Carol!
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