terça-feira, 26 de junho de 2012

Falta de personalidade


Alguém falou que depois de ler certo livro de ficção científica deixou de acreditar em Deus e passou a odiar política.
Hmm... E depois de ler Dom Casmurro virou corno?
Gigante depois de As viagens de Gulliver?
Ladrão quando leu Oliver Twist?

Aff...

terça-feira, 19 de junho de 2012

Resolva a equação: Substitua números por pessoas


Nos municípios paranaenses de Imbituva, Irati, Rebouças, Rio Azul e Mallet, entre outros, o asfalto da BR-153 deu lugar a buracos que facilmente ‘engolem’ pneus dos carros que passam por ali. A falta de manutenção transformou o que poderia ser o preenchimento de pequenas imperfeições em necessidade de recape total, investimento multiplicado. 

Diariamente, estudantes desses municípios passam pela rodovia em carros, vans e ônibus lotados para chegarem à universidade. Em busca de um futuro melhor, eles correm o risco de transformarem-se em números de novas tragédias, como a que recentemente matou quinze pessoas que trafegavam pela BR-277 que ainda não foi duplicada, embora pedagiada há anos.


Nos últimos seis meses, entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, na mesma BR-277, oitenta e duas pessoas morreram em acidentes. Foram registrados até junho desse ano, 1.009 acidentes. Percentualmente, o número de mortes é pequeno com relação aos milhares de usuários que trafegaram pela rodovia. Apenas percentualmente. 

O problema está nos números. Enquanto quem tem autonomia para resolver essas situações pensar apenas em números, nada será feito. É necessário pensar no ser humano, aquele que é único e insubstituível. 

Dezenas de pessoas podem saber fazer o trabalho de um homem, porém, só ele o fará daquela forma, com as particularidades que adotou. Há bilhões de homens no planeta, entretanto, para a família da vítima há apenas um pai, um irmão, um filho. Para a mãe que perdeu o filho em um acidente, embora ela tenha e possa ainda ter muitos outros, aquele era único. Para a criança que perdeu o pai, nenhum homem se igualará àquele que se foi. Para a mulher que ficou sem o esposo, outras paixões poderão vir, porém, nenhuma será como aquela. 

A vida segue após uma tragédia, ainda que com dores e saudades. Contudo, isso não apaga o fato de que cada pessoa carrega em si a singularidade. Nada extraordinário ela precisa ter feito, pois já é única em seu jeito de falar, de sentir, de viver. Cada ser humano é único porque só ele chega em casa ou ao trabalho e ocupa seu espaço daquela forma. Cada pessoa é especial para alguém. 

Nem todos somos estudantes que viajam diariamente em busca do conhecimento. Contudo, somos usuários de rodovias. Dependemos delas para fazer passeios, para recorrer a médicos em outras cidades, para visitar pessoas queridas.

Quando políticos e autoridades perceberem essa realidade, quando pararem de contar votos e passarem a enxergar pessoas, aí sim os problemas serão sanados. Enquanto isso, seguimos nossos caminhos como possíveis estatísticas, futuras tragédias.

Com o rei na barriga

- Ele pensa que tem o rei na barriga.
- Eu também pensava isso, mas, pelo tamanho da barriga, acho que ele realmente engoliu um rei.