terça-feira, 22 de maio de 2012

Meu eu plural

Sou a Carolina aluna, a professora, a irmã, a amiga, a filha, a namorada. Sou a Carolina do local onde eu trabalho, sou a Carolina eleitora, a Carolina cidadã. Sou a Carolina criança, a adolescente, sou Carolina mulher. Sou a Carolina dos filmes aos quais assisti, dos livros que li, das músicas que ouvi.
Nenhuma delas se destaca. Elas não brigam dentro de mim. Ao contrário, interagem e fazem de mim a pessoa que eu sou. Não cobrem de uma delas, mas de todas. Não me enxergue como aquela que trabalha ali, mas como aquela pessoa que, além de trabalhar, vive em diversas realidades ao longo de um único dia. Sou, assim como descreveu Clarice, habitada. E pessoas habitadas são possuídas. Não pelo demo, mas por elas mesmas, pelas indagações, angústias e incertezas do seu cotidiano. Sou plural. Sou fruto de tudo aquilo que vivi e vivo, de tudo o que senti e sinto, de tudo o que vi e vejo. Portanto, quando falo, quando penso, quando ajo, não sou a Carolina, sou Carolinas. Sou uma, mas represento todas aquelas que habitam em mim. Eu respeito todas elas. E se eu as respeito, não dou a ninguém o direito de tentar me calar. Alguém pode dizer que isso é teimosia, ideologia boba, um sonho em vão. Eu dou outro nome, chamo isso de autoestima, de autorrespeito. Se uma pessoa não respeita a si mesma, não pode buscar o respeito de outrem. Embora eu seja muitas, não almejo ser universal. Quando falo o que penso, não peço autorização, não tiro o chapéu a quem não devo. Não adoto opiniões alheias para facilitar o diálogo. As opiniões são minhas e de quem com elas quiser concordar.

1 fizeram a Carol feliz...:

sem photoshop disse...

Muito bom teu texto, Carol!!

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